Orquídea asiática chama a atenção de quem visita o orquidário do Ibama.
São 400 flores espalhadas em quase 3 metros de altura. Quem passa em frente ao orquidário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) fica maravilhado com o que vê. Trata-se de um exemplar de orquídea asiática conhecida como “a maior do mundo”. A planta assusta aqueles acostumados a ver orquídeas apenas em pequenos vasos. A curiosidade, por sua vez, é registrada nas muitas fotos tiradas pelos visitantes.
“Ganhei esse exemplar de um amigo colecionador de plantas estrangeiras, ela veio da Malásia. Essa é a primeira vez que ela floresce, mas não imaginávamos que seria uma floração tão exuberante”, explicou Lou Menezes, engenheira florestal do Ibama, que resolveu levar o presente para integrar o orquidário do órgão. A beleza é tanta que a orquídea já despertou o desejo de alguns dos visitantes. “Recebi a proposta de R$ 20 mil de um empresário, mas não aceitei. Não tenho coragem de vendê-la”, afirmou.
A planta floresce apenas uma vez por ano. A expectativa é que as flores resistam pelos próximos 15 dias, tempo necessário para que os botões do topo, ainda fechados, se abram. A época de floração no DF se estende aos meses de janeiro e fevereiro. O exemplar é cultivado há cerca de cinco anos e meio pela engenheira e, ao todo, a orquídea já conta com 19 hastes florais. “Creio que, nesse caso, a planta se adaptou bem, uma vez que a coloquei dentro de um pequeno lago. Na Malásia, essa espécie é acostumada com a alta umidade”, explicou Lou.
Adaptação
Comprovando a teoria, as numerosas flores parecem não se importar com a pouca quantidade de água nos ares brasilienses. “Ela reagiu como uma rainha no exílio”, brinca a pesquisadora. Amarelas com manchas marrons, as flores medem cerca de 10cm e exalam um perfume leve, mas que domina todo o ambiente. Graças ao seu padrão, a espécie é conhecida, popularmente, como orquídea-tigre. “Com esse tamanho, algo tinha que ser discreto nela, não é mesmo?
Mas trata-se de uma discrição muito elegante”, brinca a servidora do Ibama Vilma Cunha. Ela aproveitou o horário de almoço para observar um dos poucos exemplares da espécie em solo brasileiro. Também funcionário do Ibama, Liceros Alves dos Reis acompanhou a amiga no passeio. “Precisamos valorizar exemplares especiais como esse que temos na nossa cidade”, disse.
Quando maduras, orquídeas desse tipo podem gerar até 10 mil flores. A denominação “a maior orquídea do mundo” foi dada a representantes da espécie Grammatophyllum speciosum, que podem chegar a pesar até 900kg.
É comum, no entanto, que os exemplares ultrapassem uma tonelada. Segundo pesquisas relacionadas, em 1851, foi descoberta a maior planta do tipo com 2 toneladas. Para trazer novas características à espécie, a pesquisadora Lou Menezes aproveitou a floração da orquídea e criou um novo tipo de flor. Misturou uma representante característica do cerrado, a Cyrtopodium brandonianum, com o exemplar asiático.
A polinização foi feita com sucesso e a expectativa é que um novo exemplar, híbrido, floresça nos próximos quatro anos. O nome da nova espécie será Grammatopodium, uma mistura entre as duas nomenclaturas anteriores. A espécie do cerrado utilizada na experiência possui flores de um tom vermelho vibrante, o que promete trazer ainda mais beleza para a descendência asiática.
Completando o espetáculo, no interior do Orquidário Nacional do Ibama, mais de 2 mil tipos de orquídeas podem ser observadas. “Tínhamos um número mais expressivo de exemplares, mas os retiramos daqui porque vamos passar por uma reforma de restauração”, explica Lou Menezes. Entre as espécies, destacam-se flores com mais de uma cor e outras que criam formas, como a de um pequeno sapato. “Para desenvolver esse trabalho é preciso um envolvimento emocional com as espécies, ou o resultado não é o esperado”, ressalta Lou Menezes, revelando um dos segredos da convivência com as plantas.
CONHEÇA
A “maior orquídea do mundo” pode ser visitada gratuitamente no orquidário do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), no Setor de Clubes Norte, de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h30 e das 14h às 16h30.
Fonte: IBAMA
A maior orquídea do mundo, um verdadeiro gigante da flora asiática, tem chamado atenção de todos que visitam o orquidário do Ibama.
Com uma estrutura grandiosa e exuberante, essa orquídea não apenas impressiona pelo tamanho, mas também pela complexidade de sua biologia, que a diferencia de outras espécies menores. Seu porte majestoso desperta curiosidade tanto em botânicos quanto em entusiastas de plantas, sendo uma peça central nas exposições. Esta orquídea asiática, com flores robustas e cores vibrantes, está se tornando cada vez mais um símbolo da biodiversidade em exibição no orquidário.
A origem dessa orquídea remonta a florestas tropicais da Ásia, onde as condições de alta umidade, luminosidade indireta e temperaturas amenas criaram o ambiente perfeito para o desenvolvimento de uma planta de tamanho tão extraordinário. Essa espécie, muitas vezes encontrada em altitudes elevadas, é adaptada para prosperar em ambientes com pouca variação térmica, tornando sua presença em outros continentes, como no Brasil, um feito notável. No orquidário do Ibama, essa orquídea é cuidadosamente mantida para replicar seu habitat natural, um dos fatores fundamentais para seu florescimento em plena saúde.
Além do tamanho impressionante, que pode alcançar até 3 metros de altura e ter hastes florais de até 2 metros, as flores dessa orquídea são um verdadeiro espetáculo. Elas apresentam pétalas largas, com uma variação de cores que vai do branco ao rosa suave, muitas vezes com tons amarelos em seu interior. A estrutura de suas flores também é fascinante, sendo composta por um labelo pronunciado que atrai polinizadores de forma estratégica. Diferentemente de outras espécies menores, a maior orquídea do mundo desenvolve suas flores em cachos longos e pesados, que podem abrigar dezenas de flores de uma só vez, aumentando ainda mais seu impacto visual.
O ciclo de vida dessa orquídea é igualmente impressionante e requer paciência e cuidados minuciosos. O processo de germinação pode durar até cinco anos para que a planta atinja a fase adulta, e sua floração ocorre apenas sob condições ideais. No orquidário do Ibama, onde o ambiente é cuidadosamente controlado, a floração da maior orquídea do mundo acontece uma vez por ano, geralmente nos meses de primavera, quando as condições de luz e temperatura estão mais próximas das que ela encontraria em seu habitat nativo. Essa floração anual é uma atração à parte para os visitantes, que aguardam ansiosos pela oportunidade de ver essa maravilha botânica em plena exibição.
A conservação dessa orquídea é uma das principais preocupações dos botânicos que trabalham no orquidário do Ibama. Por ser uma planta nativa de áreas tropicais asiáticas, onde o desmatamento e as mudanças climáticas têm afetado drasticamente os ecossistemas, essa orquídea corre risco de extinção em seu habitat natural. No entanto, graças aos esforços de conservação e à troca de conhecimentos entre pesquisadores internacionais, o orquidário tem sido capaz de manter essa espécie viva e saudável fora de seu ambiente original, contribuindo também para estudos de preservação genética.
Outro aspecto fascinante dessa orquídea é sua relação com os polinizadores. Em seu habitat natural, essa espécie depende de insetos específicos, como grandes abelhas e mariposas, para realizar a polinização. No Brasil, no entanto, o processo de polinização precisa ser adaptado. No orquidário, técnicas de polinização manual são frequentemente empregadas para garantir a reprodução da planta, uma vez que seus polinizadores naturais não estão presentes no novo ambiente. Esse procedimento envolve grande cuidado e precisão, pois cada flor precisa ser manipulada para que a fecundação ocorra corretamente, garantindo o desenvolvimento de novas plantas.
A estrutura do orquidário do Ibama foi desenhada para acomodar o porte gigantesco dessa orquídea, com áreas amplas e controladas em termos de temperatura e umidade. Os visitantes podem caminhar por entre as orquídeas, observando de perto as flores e até mesmo as raízes expostas, que muitas vezes se estendem ao longo de grandes troncos de árvores artificiais. Esses espaços simulam o ambiente de florestas tropicais, e são projetados para oferecer às plantas condições ideais de crescimento e desenvolvimento, algo que se reflete na saúde exuberante da maior orquídea do mundo.
A presença dessa orquídea asiática no orquidário também traz benefícios educativos. Visitantes e pesquisadores têm a oportunidade de aprender sobre a ecologia, as interações e as necessidades específicas dessa espécie em um ambiente controlado. Essa experiência educacional promove a conscientização sobre a importância da conservação de plantas raras e ameaçadas. A exibição da orquídea é complementada por painéis informativos que explicam seu ciclo de vida, curiosidades sobre seu habitat original e as iniciativas globais para sua preservação.
Embora seu tamanho seja um dos aspectos mais comentados, a maior orquídea do mundo também se destaca por sua longevidade. Com os cuidados adequados, ela pode viver por décadas, proporcionando inúmeras floradas ao longo de sua vida. No entanto, sua longevidade depende diretamente da manutenção de condições ambientais estáveis, o que faz do orquidário um lugar crucial para sua sobrevivência fora do habitat natural. Isso exige um trabalho contínuo de monitoramento das condições ambientais, adubação e poda, além de controle rigoroso de pragas e doenças, que podem afetar uma planta tão grande e complexa.
A maior orquídea do mundo não é apenas uma planta exótica e de rara beleza, mas também um símbolo de resiliência e adaptação. A presença dessa orquídea no orquidário do Ibama é um testemunho dos esforços de conservação e da capacidade humana de preservar espécies únicas fora de seus habitats naturais. Para quem visita o orquidário, a oportunidade de observar de perto uma planta de tamanha magnitude é uma experiência inesquecível, que inspira não apenas admiração pela beleza da natureza, mas também uma reflexão profunda sobre a necessidade de proteger a biodiversidade mundial.